O uso do Zolpidem no período da pandemia do COVID-19: uma revisão narrativa
DOI:
https://doi.org/10.70673/rcecrfba.v4i1.61Palavras-chave:
Zolpidem, isolamento social, Insônia, Doenças psicossomáticasResumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 30 de janeiro de 2020, declarou que o surto do novo coronavírus constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Foram criados diversos protocolos preventivos de propagação do vírus, incluindo o isolamento social que associado a todas as dúvidas e incertezas que cercavam o novo cenário mundial, resultou em um aumento significativo do sofrimento psicológico e consequentemente o uso de substâncias psicoativas. O objetivo dessa revisão foi analisar o uso do zolpidem no período da pandemia de COVID-19. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, para a pesquisa foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde: pandemics, COVID- 19, zolpidem, insomnia, isolation, através das bases de dados Electronic Library Online (SciElo) e PubMed, separados sequencialmente pelo operador booleano “AND”. Para ser incluído na pesquisa, os artigos deveriam ter acesso livre, atender aos objetivos do estudo, e ter sido publicado entre os anos de 2019 e 2023. Durante o período de isolamento social houve um aumento do uso de psicofármacos no Brasil, alcançando 18%, em 2020, e 13% nos primeiros cinco meses de 2021. O zolpidem teve o maior crescimento (11%) no período de 2019 a 2021 com maior prevalência entre as pessoas do sexo feminino. A pandemia da COVID-19 levou ao aumento do consumo de zolpidem como um sedativo hipnótico indicado para insônia. O uso desse medicamento ajudou a população nesse período, a iniciar o sono e permanecer dormindo, sem interrompê-lo, o que refletiu em benefícios para a qualidade de vida dos pacientes que fizeram o uso.
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